Ah, condene-me a mentir e não ter teus lábios
Pois saibas que é tarde para roubar-me as asas!
Sou novamente um anjo livre, libérrima entre os sábios!
Cubra-me com o véu de finas gazas...
Ah, e atravesso a eternidade, vento nos cabelos — deslumbrante!
Com a força do pensamento peço-lhe este instante
Sublime, terno, como a loucura culpável
Juro que nesta noite sou ainda mais irresponsável
E dizes que não sei quem amo? Pois é mentira!
Quisera eu ter palavras para expressar,
Falsidade santa que cometi
Embalada pela nuvem divina
Arcanjos de amor que vêm tirar-me o ar
Quando perdida entre amores pela primeira e única vez me vi!
Eu já disse que te amo
Eu já disse, já menti!
Pois agora a paz que eu proclamo
Como herética agora esta anja ri!
Pois o pranto sufocado
Morre na garganta, ante a risada sarcástica
És meu amado, que declaro e professo
Como uma musa eclesiástica
Meu crime de vida eu confesso!
Ah, menina pecadora!
Condenada por conhecer amor em imprópria hora
E sua graça avassaladora
Em versos, senhora dos passos, senhora...
Cada dia uma nova promessa
Não prenda-se à jura de ontem!
Menor que a de hoje, infinitamente, numa competição perversa
Para que meus passos com os teus se encontrem
E declaram, e profanam e inventam
Ah, menina pecadora!
Condenada por conhecer amor em imprópria hora
E sua graça avassaladora
Em versos, senhora dos passos, senhora...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário